8.4.12

07 de abril - trem bala!

Saímos de Atami às dez da manhã, pegamos o trem-bala para Okayama. Na estação, compramos obentôs para o almoço (eu e fred comemos onigiris, bolinhos de arroz recheados - ele comeu de carne de porco, eu comi de atum). Somos os únicos 100% ocidentais do grupo, há japoneses (uma obachan e um oji-san, vovó  e vovô) e muitos descendentes. Os obentôs são lindos de se ver, coloridos e variados. hoje eles vêm em caixas de plástico, antigamente eram de madeira laqueada.
o trem bala é rápido, confortável e nem parece correr sobre trilhos. parece um avião sem turbulência. viajamos em um trem mais antigo, dos anos 90, sem wi-fi, mas com tomada para carregar celular ou ligar laptop.
Okayama é muito bonita; assim que chegamos, pegamos o ônibus para ver a ponte Seto Ohashi, um marco da engenharia japonesa. liga cinco ilhas e tem dois níveis: no de baixo, passa o trem, no de cima é a rodovia. e cada trecho da ponte tem seu próprio estilo, e eles são harmoniosos, fica  bem bonito. Paramos num mirante, tiramos fotos, compramos comida - estou viciada no melon bread, um pão doce com crosta açucarada, que lembra um porco-espinho. tinha uma barraquinha vendendo pão fresquinho, que delícia!
de lá pegamos um trânsito infernal para visitar o jardin Korakuen terceiro jardim japonês mais bonito do país, feito por ordem do senhor feudal (daimiyo) Ikeda Tsunamasa, no século XVII, é um jardim imenso, lindíssimo, com lagos, toris, cerejeiras e mais cerejeiras, pinheiros, patinhos, cisnes e tsurus. infelizmente, chegamos às cinco da tarde e o castelo estava fechado para visitação - e o parque fechava às seis! visitamos correndo, no que eu considero um grave erro de logística: era para termos visitado o jardim antes e depois a ponte, pois PONTE NÃO FECHA. e, com o sol já fraco no céu e o vento gelado, a sensação térmica era de temperatura negativa. mesmo com luva, minhas mãos ficaram geladas e o rosto doía de frio. o casacão me esquentou bem, não pensei que ele fosse tão bom :)
enquanto nós, ocidentais, reclamamos do frio, os japoneses faziam o hana-mi, a celebração da floração das cerejeiras: eles abrem grandes plásticos azuis, se sentam perto das árvores, comem, bebem saquê, celebram a vida. a guia disse que há muitos bêbados na época do hana-mi, e que um dos primeiros trabalhos dos recém-formados que começam a trabalhar - os estagiários - é organizar a festa dos colegas de trabalho, estendendo o plástico, servindo saquê, cuidando do fogareiro para assar carnes... e que, enquanto a gente saía às seis do parque, o pessoal ia ficar até dez da noite do lado de fora, nas cerejeiras que margeiam o rio.
chegamos no hotel mais de sete da noite, devido ao trânsito. o hotel foi o mais luxoso até agora, mas o frio estava tão forte que não dava coragem de sair para jantar; compramos macarronada no kombini, eles esquentaram no microondas da loja, comemos no quarto e fomos dormir. a lua cheia estava linda, o janelão do quarto ia do teto ao chão - o que é o normal aqui. prá variar, acordei quatro e meia da manhã.

1 comment:

  1. Eu acho tão engraçado os japoneses batendo maior bento dentro dos trens! aquele cheirão de comida, hehe.

    E as menininhas de micro saias no frio de zero graus?? como conseguem?! X_x

    Quantos graus taí Telinha?

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