7.4.12

06 de abril - Tóquio, Monte Fuji, Hakone, Atami

Saímos cedo de Tóquio, com destino ao Monte Fuji. Seguimos pela estrada cheia de flores, cerejeiras, muito verde - e a estrada é extremamente bem cuidada, sem nenhum buraco, remendo no asfalto ou sujeira no acostamento. O ônibus segue rápido e nos aproximamos do Monte, começando a subida. A vegetação mudou radicalmente: as árvores estão secas, sem folhas, como se tivesse acontecido uma grande seca - restos do inverno. Aos poucos, notei uma coisa cinza-clara no chão: NEVE!! neve suja, mas neve. subimos até a quarta estação do monte - são cinco, mas a última, a principal, estava fechada pela neve. A organização  que cuida do monte juntou a neve num canto do estacionamento, e os turistas subiam, tiravam fotos e levavam quedas - os turistas e eu, claro. se eu já caio no seco, que dirá na neve... levei dois escorregões que me renderam um belo hematoma na perna direita. mas não reclamei: conheci a neve! estava frozen, com consistência do gelo que se forma no congelador. mas era neve, estava frio, eu adorei. e o Monte Fuji se mostrou em sua glória e majestade, com o topo coberto de neve, sem nuvens. As guias ficaram impressionadas, disseram que é raro isso acontecer nesta época do ano.
é fácil entender porque os antigos acreditam que o Fuji é uma divindade xintoísta. No meio de um relevo acidentado, ele se ergue sozinho, sem fazer parte de nenhum grupo de montanhas. é emocionante, e as obachans do grupo ficaram muito comovidas. para uma melhor visão do Fuji, fomos para o mirante da cidade de Hakone, que fica na cratera de um vulcão extinto (o fuji é inativo, pode acordar). a cratera é tão grande porque o vulcão era o maior do japão, até que, em sua última erupção, ele quase se desfez por completo; o que parece um vale é sua cratera e a cidade foi fundada dentro dela.
Hakone é conhecida por suas fontes sulfurosas, onde o costume é de se cozinhar ovos de galinha, que ficam com a casca preta por conta dos minerais presentes na água; dizem que se você comer um ovo cozido lá, vive mais um ano; dois ovos, mais sete, e três ovos completam cem anos.
Muito interessante de se dizer, mas fontes sulfurosas = cheiro ruim. o mirante, desculpem a minha indiscrição, cheirava a pum. e olha que o vento forte fazia que o cheiro fosse fraco. fred disse que nas viagens que ele fez, o lugar fedia horrivelmente.
e, do mirante de Atami, pudemos ver o fuji em imagens de cartão postal. impressionate.
Depois de passar muito frio lá e tirar muitas fotos do fuji (e fazer compras nas lojinhas, especializadas em marchetaria, o artesanato da cidade),  pegamos a estrada rumo a Atami, cidade litorânea muito famosa pelo turismo.
Não há palavras para descrever o quanto Atami é linda, na beira do oceano pacífico; não há praias, e sim pedras. o hotel fica na encosta de um penhasco:  a recepção é no décimo sétimo andar e os quartos vão descendo - ficamos no décimo andar, com vista para uma pedra no meio do mar- pedra que pedia uma sereia cantando, de tão linda que era. um pouco à direita, uma gruta no meio da montanha, parecia cenário de filme - este hotel é muito procurado para casamentos.
à noite, tivemos um banquete típico e tradicional. recebemos yukatas para vestir, sentamos no chão e foram uns dez ou doze pratos. provei quase tudo, mas dispensei um caramujo gigante e outra coisa que agora não me lembro. brindamos com saquê de ameixa, doce, licoroso e perfumado. fomos dormir de barriga cheia e muito felizes.

acordei quatro e tanta da manhã, vi o dia nascer, barcos saírem para pescar, pássaros voando. às sete, descemos para passear pelo hotel e descemos até quase o nível do mar (não seguimos mais porque ali estavam os banhos termais coletivos (mulheres de um lado, homens do outro, claro) e só é permitido o acesso para quem vai se banhar. preferimos tomar banho termal no nosso ofurô dentro do quarto - o hotel é um ryokan, hotel tradicional japonês; dormimos em tatames cobertos por lindos edredons com flores de cerejeira. a lua cheia nasceu na frente da nossa janela. dava vontade de se beliscar para acreditar que era verdade.

ao sairmos do hotel, os funcionários da recepção se alinharam no caminho do ônibus e nos reverenciaram, agradecendo a nossa presença. uau. japão, eu te amo.

2 comments:

  1. No Ryokan de Miyajima eles serviram Ostras, urgh, dei uma garfada e deixei o resto. Daí a senhorinha veio perguntar se no Brasil não tinha Ostras, hehehe. X-D

    Quanto a comida do Ryokan, não sei oq foi servido no de vcs, mas o nosso posso dizer que foi um desafio gastronômico viu... haja sakê pra mandar tudo pra dentro! comi coisa que nem tenho ideia do que era. X-D

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  2. Ai que lindo, Tel ! Será que já em foto nova preu ver ? Vou fuçar lá no flickr hehehhee

    Beijo !

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