30.4.12

quem quiser ver algumas fotos da viagem, elas estão aqui:

Facebook
Flickr
e o filminho das gaivotas no ferry de kumamoto: youtube

eu preciso dizer uma verdade: viajar para o japão é maravilhoso. voltar é que são elas; o jet lag me pegou de tal maneira que precisei de uma semana para parar de me sentir enjoada, fraca e com dor de cabeça - e os primeiros três dias foram praticamente um coma - eu só dormia, acordava para ir ao banheiro e voltava a dormir; demorei dez dias para voltar a ter um horário de sono decente, acordava às 3:30 da manhã e dormia pouco depois das seis da tarde.

fred disse que, com o tempo, o corpo acostuma. mas eu reconheço, isso não foi jet lag, isso foi doença.

18.4.12

no Brasil

Quianças,

chegamos ontem, por volta das 4 da tarde. ás 5 fui ver televisão e acordei agora,  foram 12 horas de sono! Os gatinhos estão bem e eu estou moída de cansaço. depois eu conto o resto da história...

15.4.12

15 de abril - dia livre em Tóquio - Ai ai ai ai, tá chegando a hora

Hoje amanheceu um glorioso dia de sol e vento gelado.
pegamos o metrô de manhã e fomos pro Zôo de Ueno: eu vi o panda! aliás, eu vi DOIS pandas! E girafas! E cangurua com bebê na bolsa! E pingüins! E tigre e leão e três leoas! E lêmures! E hipopótamo! E zebra! Ou seja: todo o elenco do filme Madagascar com direito a participações especiais! :) Claro que tirei muitas fotos  :)
Do Zôo fomos procurar um 7-11 para sacar dinheiro e de lá fomos para o Cat Magic Cat Café! GATIIIINHO!!! Eu vi e toquei em um sphynx, e confirmei a teoria de que ele não é gato, é alien! os gatos não taavam lá muito afim de interagir, mas eu adorei tudo e comprei catnip - matatabi! Pena que o pessoal não tem muita visão de marketing e não há produtos com a marca Cat Café. Eu compraria de um tudo, de canecas a tigelas e lembrancinhas. O que tinha de coisa de gato lá, se encontra em qualquer canto :\
De volta para o hotel, foi a hora de correr para não perder o jantar de despedida, em um restaurante tradicional, com direito a duas gueixas que conversaram com todos, tiraram fotos e dançaram - danças tradicionais (a do leque foi tão bonita) e até mambo!
Fred tava com o  joelho doendo e não foi. Uma pena. Amanhã, uma da tarde, vamos para o aeroporto, o vôo sai às cinco. Sayonara, Nihon. Prometo que um dia eu volto.

14.4.12

14 de abril - dia livre em Tóquio

Choveu e não teve panda. O grupo pegou o metrô para Shibuya, para fazer compras. eu e fred pegamos o metrô com eles, e saímos na maior estação de metrô do mundo. Uma cghuva fina, com vento frio - 9 graus de temperatura. Andamos um poouco ples shoppings, fomos em uma loja de brinquedos vintage, de época. dfred viu um Cruzador Yamato por 20 mil yens, algo perto de 500 reais; na mesma loja havia mais 3 brasileiros passeando, foi engraçado ouvir portugu~es no meio de Tóquio, estando longe da excursão.
Tomamos café, Fred comprou um godzilla em outra loja. almoçamos um hambúrguer na rede MOS Burguer, e, gente, recomendo dicunforrça. Pão macio, hambúrguer com gosto de carne de verdade. só a coca-cola era de máquina, e muito ruim. A batatinha  ganha nota 7.
1Saindo de uma loja, escorreguei na rampa e caí de bunda no chão, e ainda machuquei o braço. o piso da rampa estava muito escorregadio. Fiquei muito assustada, com medo de ter machucado feio, mas só feriu mesmo o meu orgulho. Depois desse fiasco, voltamos para o hotel para descansar.
Depois, voltamos a sair, fomos bater perna em Haarakuju.. Não foi a mais brilhante das idéias, mas conseguimos encontrar mais algumas coisas que queríamos comprar. Mais um café, um pulo na kombini para comprar o jantar e demos o dia por encerrado.

13.4.12

13 de abril - Kyoto - Osaka - Tóquio

Saímos de Kyoto de manhã para visitar o aquário de Osaka. Ficamos apenas uma hora e meia no local, quando um dia inteiro seria pouco para aproveitar em sua totalidade... além dos maravilhosos habitats, fora tem uma roda gigante imensa, o parque dos estúdios Universal, uma réplica do navio Santa Maria (de Colombo!) que pode ser visitada... enfim, preciso voltar!

O aquário... Fred já havia me avisado que era maravilhoso, eu tinha visto fotos e vídeos, mas gente, ver os golfinhos brincando, ver o leãozinho-marinho mamando na mãe, o gigantesco tubarão-baleia sempre com uma rêmora grudada nele, os pingüins que nadavam táo depressa que não dava para focar a imagem, as águas-vivas! as águas-vivas, das minúsculas, menores que minha unha, às grandonas, os seres estranhos do fundo do mar que parecem gelatininhas transparentes, as aranhas-do-mar, caranguejões com cara de alien, os habitats da grande barreira de coral autraliana e da amazônia, as lontras, as lontras, as lontras.

Saímos correndo porque o trãnsito estava lento, rolou um medo de perder o trem-bala, mas chegamos na estação faltando dez minutos para a sua chegada. E olha o bilhete: sexta fgeira 13, saída às 13:13, carro 13. Deu vontade de jogar no bicho!

3 horas depois, chegamos a Tóquio - e, no caminho, vimos novamente o Monte Fuji, que apareceu como se quisesse se despedir da gente. Domo arigato gozamaisu, Fuji-sama!

Em tóquio, estamos hospedados no New Otani - o maior hotel da cidade. Cinco estrelas, luxuoso, imenso, com lojas do naipe de Valentino no térreo. Não me espantarei se achar uma filial da Tiffany´s aqui. Minha criação de classe média me faz ficar constrangidíssima em público, como se alguém viesse me dizer que aqui não é meu lugar. Bem, há quartos e quartos, e certamente este quarto imenso, com banheiro de verdade e não de plástico e uma banheirona de responsa, é o melhor quarto que já fiquei na vida - e há muitos quartos melhores, exrtremamente melhores do que o meu. Fred disse que há diárias de 16 mil dólares aqui, e o quarto é montado de acordo com a vontade do hóspede.

Saí com Tomoko-san, a guia, mais um grupo de hóspedes para jantar aqui perto. Experimentei Caré (curry) e gostei. É temperado, apimentado, mas não é forte demais. mas, prá variar, jantei tempura :)

Amanhã, se não chover, é dia de ver o panda! Vamos ao Zoo de Ueno :)

12.4.12

12 de abril: Kyoto - Nara - Kyoto

A chuva de ontem passou, e fez um lindo dia de sol em Kyoto. Sol quente,  vento gelado. No sol, morríamos de calor com nossos casacões; na sombra, ficávamos aquecidos.

Pegamos a estrada rumo à Nara, onde me faltam palavras para descrever o Buda do templo Todaji. É uma imagem colossal, feita em bronze por ordem do xógun, e sua construção que levou o país quase à bancarrota. Eu tenho formação católica e a serenidade do Buda, que tem uma mão abençoando o povo e a outra recebendo suas dores me emocionou profundamente. Quanta diferença da dor cultuada nas igrejas cristãs, onde se celebra o sofrimento de Cristo para a redenção dos pecados dos homens...

Buda está ladeado por dois discípulos e protegido por quatro guerreiros, no norte, sul, leste e oeste.  Neste templo, havia uma barrraquinha com telhas; você comprava uma telha, escrevia seu nome, sua cidade, a data e o seu pedido; a telha será usada na restauração do templo e rerceberá as boas energias e orações dos monges em sua intenção. Comprei duas, uma para mim e Fred, outra para minha mãe. E é uma maneira de ajudar o templo, que eu tanto admirei.

De lá, fomos para o parque dos Cervos Sagrados, onde os cervos vivem soltos e muito bem cuidados, embora tenham os chifres serrados bem rente na cabeça. São lindos e pidões; se percebem que a pessoa comprou os biscoitos especiais para alimentá-los, vêm em bando pedir comida. Um deles derrubou o pacotinho de biscoitos da minha mão e a minha bolsa de moedas caiu no chão - tem uma foto minha abaixada, cercada pelos cervos :) Além deles, o parque é muito bonito  e estava lotado de estudantes de uns 14 anos, a maioria meninas, vestidas de azul marinho, com saias plissadas. Elas riam muito o  tempo todo, e corriam dos cervos. Devia haver mais de 300 estudantes no parque e nós também as encontramos no Templo do Buda de Todaji.

De volta a Kyoto, fomos conhecer o Pavilhão Dourado, antiga residência de um xógun, patrimônio cultural da humanidade. É daqueles lugares que, de tão lindos, você jura que as fotos são tratadas no computador - mas você está vendo, ao vivo, as cerejeiras brancas e cor-de-rosa, o reflexo do castelo no lago de águas verdes, as montanhas ao fundo. é lindo demais para ser verdade - mas é. Muitos turistas do mundo todo, e expressões de encantamento nas mais diversas línguas. Uma senhorinha chinesa tirou - disfarçadamente - uma foto do Fred. Gaijin grande, forte, bonitão assim não se acha todo dia :)

De lá, seguimos para o templo Xintoísta Heian, colorido, imenso, também cheio de cerejeiras que se debruçavam nos telhados. Fiz uma doação e pude fazer um pedido num palito de madeira que será queimado no templo, levando os nossos desejos aos céus. Muita, muita gente, mas não parecia, pois o lugar é bem amplo.

Voltamos para o hotel enfrentando um trânsito horrível, com direito a helicóptero e sirenes de ambulância. Depois soubemos que aconteceu um acidente no bairro das gueixas, Ginza, onde um motorista psasou o sinal amarelo (amarelo!) e atropelou diversas pessoas, morrendo no local e matando uns quatro pedestres. Com isso, a rua fechou e não teve show esta noite. Fomos sozinhos para a Torre de Kyoto, com vista de 360 graus para a cidade. Os visores são tão potentes que dava para ver o trem-bala - e as pessoas dentro dele!
voltamos para o hotel, jantamos dim-sum e guioza num restaurante da estação de trem. Amanhã vamos para Tóquio, a viagem se aproxima do final.

11.4.12

11 de abril - Hiroshima - Miyajima - Hiroshima - Kyoto

O dia amanheceu com previsão de 80 aa 90% de chuva e acertaram completamente: saímos do hotel debaixo de uma chuva razoável, que evoluiu rapidamente para um toró dos bons. Fizemos um breve passeio de ônibus à cúpula que resistiu à bomba atômica, ouvimos a guia falar dos motivos de Hiroshima ter sido escolhida como alvo (tempo bom no dia, ter terreno plano e um número de habitantes que servia para o estudo dos efeitos da primeira bomba atômica). Passamos por um castelo, mas não paramos - estava fechado por causa da chuva. Hiromi-san, a guia, explicou que a cidade tem muitos prédios novos porque foi destruída na guerra, e que grande parte dos castelos que nós visitamos são reconstruções, pois os antigos foram derrubados por bombas (bombas normais). Chegamos no museu da paz (como um museu que fala da guerra pode se chamar museu da paz? é pura novilíngua...) e, como eu já saí do Brasil com a resolução de não fazer este passeio, eu e Fred atravessamos a ponte e fomos nos abrigar da chuva numa Starbucks que fica no prédio da NHK, televisão japonesa, em frente a um templo cheio de cerejeiras floridas, que despetalavam devido à chuva.
Tomamos capuccino (ele) e caramel (eu), conversamos sobre a guerra, seus motivos, suas conseqüências e a ironia de falarmos nisso tudo em um Starbucks. Os americanos destruíram e ajudaram a reconstruir - nos seus termos - e a cultura americana foi assimilada pelas novas  gerações a um ponto de um dos nossos companheiros de excursão afirmar que devia ser obrigatória a visita no museu para as escolas, para que os jovens compreendessem o que aconteceu e não consumirem tanto o american way of life.
Perguntei a Fred se os americanos foram processados por crimes contra a humanidade por conta da bomba atômica e ele disse "não, Tela, eles ganharam a guerra." A História é sempre escrita pelos vencedores, não é? A guia afirmou que até hoje morre gente com doenças que são conseqüência da bomba.
Com todos absolutamente arrasados no ônibus, Hiromi-san avisa que vamos pegar o ferry boat para a ilha de Miyajima, para ver o Tori Flutuante - patrimônio cultural da humanidade. Fiquei apreensiva com a idéia de pegar um barco naquela chuva, pensei que o mar estaria mexido, mas os mares internos do Japão são extremamente calmos - só mesmo com um tufão para a coisa ficar feia. A paisagem estava toda cinzenta, as fotos saíram como se tivessem um filtro. Chuva e vento = gente molhada, mesmo com guarda-chuva. Na entrada da cidade há um parque com veadinhos que vivem soltos, e os bichinhos se abrigavam como podiam, com uma cara de abuso imensa. Andamos para o templo e lá acontecia um casamento - de verdade! Como a cerimônia era em uma parte aberta, pudemos ver tudo. A noiva, o noivo e mais uns dez convidados, mais o monge e duas moças de quimono rosa que deviam ser assistentes ou madrinhas, não sei.
Sinceramente, tive medo que a noiva ficasse ofendida com duas ou três turmas de turistas do mundo todo olhando o casamento, tirando fotos e falando alto, mas, no fim, já casada, ela sorriu para o pessoal, fez sinal de paz-e-amor e parecia se divertir muito com tanta gente presente no seu casamento. Ela e o noivo usavam quimonos tradicionais, enquanto os convidados (ou parentes) usavam roupas ocidentais, ternos e tailleurs pretos. Havia um bebê e uma menina de uns cinco anos, filhos dos convidados (ou parentes).
A coordenadora do casamento de vez em quando olhava para a gente, mas estava bem compenetrada com as equipes de filmagem e fotografia. Alguém disse que chuva no dia do casamento é sinal de sorte para a noiva, pois traz fartura.
Muitos turistas no templo, ocidentais e orientais. Fred disse que também viu um casamento lá na outra viagem. Deve ser um lugar tradicional, pois é muito, muito bonito. Até debaixo d´água!
Por conta da chuva, a viagem foi mais rápida do que o normal, passamos por uma rua de lojinhas onde comprei um ímã da cidade e depois experimentamos o momoji, docinho típico da região, um bolinho em forma de folha, recheado com geléias, doce de feijão, chá verde ou chocolate. comi um de geléia de pêssego e Fred comeu de chocolate e vimos a máquina que faz os docinhos. Eram tão gostosos que me arrependi  de não teer comprado mais.
Pegamos o ferry boat,voltamos para Hiroshima - que lembra, ao mesmo tempo, São Paulo - por ter muitos prédios novos, altos, cheios de luzes, muita gente na rua - e Recife, por ser plana e ter muitas pontes. Pegamos o trem-bala para kyoto e chegamos às cinco e meia da tarde, bem  no horário do rush. Mais uma vez, o hotel é em frente à estação.
Descansamos do dia puxado (as roupas secaram no corpo, as pernas estão pesadas) e às oito fomos comprar alguma coisa para comer na estação, que é imensa e tem um shopping de 11 andares. Como fomos lá depois do rush,  os kombinis estavam quase sem nenhum obentô e os sanduíches não deram cobiça, queríamos comida quente. Fred, exausto,  não quis comer em restaurante e nos conformamos com um McDonald´s - ele pediu um quarterão duplo e, como esse mc donalds não vendia mc chicken (e cheddar só existe no brasil) fui de mc fish (fish filetto, aqui). Pedimos duas batatas grandes, voltamos pro hotel, comemos, tomei um banho demorado e vim contar como foi o dia.
Prometemos voltar ao Japão e visitar Miyajima num dia de sol :)
chegou aquele ponto da viagem em que não sei mais em que cidade estou e que dia é hoje.

10.4.12

10 de abril - Beppu, Hiroshima

 A guia falou que a cidade de Beppu era um destino famoso para lua-de-mel até uns 40, 50 anos atrás, o que é bem irônico: a cidade é conhecida por suas fontes termais, chamadas jigoku (infernos). então as pessoas casavam e iam passar a lua-de-mel no inferno :)
Um guia local nos informou que há 11 tipos de fontes termais no mundo, e dez estão em beppu. há águas sulfurosas, há cristalinas, há escuras cor de sangue, vimos um gêiser... a explicação para o nome "inferno" é que, antigamente, quando a natureza era mais natural, as pessoas não podiam viver em beppu porque tudo era muito instável. Sai vapor quente pela cidade inteira, do chão, mesmo. agora domaram, canalizaram, fizeram coisas bonitas, cobram ingresso para entrar e botam uma lojinha de lembranças e um templo xintoísta em quase todos os lugares (raciocínio de fred)
O jigoku que visitamos depois do gêiser (a gente espera sentado um tempão, o gêiser espirra por cinco minutos e acabou - meio blé, sinceramente) é extremaamente bonito. há lagos de água quente com diferentes características: um é bem grande, com o fundo bem verde, refletindo as árvores e as cerejeiras em flor; outro é menorzinho, com água morna, e lá são cultivadas vitórias-régias, o símbolo deste jigoku. Elas crescem e florescem mesmo no clima frio, pois a temperatura da água compensa a do ar; outro, de água azul-piscina claríssima, a guia disse que é chamado de jigoku caribenho, a água cor do mar do caribe - e cozinham ovos de galinha para vender na loja, dizem que faz muito bem à saúde. Neste sai muito vapor de água, com cheiro de enxofre - mas bem menos que em hakone. Tem o jigoku de sangue, com muito minério ferroso no fundo, dando uma impressão de sangue fervendo. ui, que medo. Perto desse poço, está uma estufa com uma grande piscina onde florescem lótus e mais algumas vitórias-régias. Nessa estufa há muitas orquídeas, buganvílias e até duas ou três bananeiras carregadinhas de pencas ainda bem verdes. Não há bananas no Japão, por conta do clima frio, e elas são importadas da Tailândia, segundo disse uma moça da excursão.
Do outro lado há toris de vermelho vibrante, que levam a um pequeno templo no alto de uma ladeirinha.Que vista linda!
Aprendi há poucos dias mais um costume japonês: muitas atrações turísticas disponibilizam carimbos para que as pessoas carimbem cartões-postais como lembrança do lugar. Carimbei meu caderno e dois postais no gêiser e no jigoku.
Depois das visitas do dia, pegamos um trem-bala para Hakata (já estivemos lá antes, fazendo baldeação). Esse trem, apesar de bonito, era muito instável, balançava horrivelmente e eu fiquei enjoada. Em Hakata pegamos um trem-bala decente para Hiroshima, e eu dormi a viagem quase toda.
Chegamos no fim da tarde e caminhamos um bom pedaço até o hotel. Fred, que carrega uma bolsa de viagem, sofreu, coitado. Minha mochila tem rodinha, então não foi difícil prá mim.
Pouco depois das sete da noite, saímos com a guia para comer o prato típico da cidade: okonomiyaki. Eu achava, pelas fotos, que era algo como uma panquecona ou um omeletão, mas é mais para um mexido. Fazem uma base de ovo frito, onde colocam repolho, macarrão (fino ou grosso) e bacon ou lula ou camarão ou ostra ou tudo junto. Servem com um molho grosso e escuro, tipo barbecue. Se o freguês quiser ainda vai uma cuia grande de cebolinha verde por cima.
Fred pediu o especial e limpou o prato. Eu só consegui comer metade e saí bem cheia. Na mesa, só o Fred comeu tudo :)
O okonomiyaki é feito na chapa, na frente dos fregueses, mas a gente ficou numa mesa. Os restaurantes estavam cheios com o pessoal saindo do trabalho e alguns estudantes. Um rapaz de terno sentou no banco em frente à chapa e levou vapor na cara o tempo todo enquanto o chef preparava a comida - mas nem ligou, deve estar acostumado. De lá, o grupo foi comprar doces típicos e eu e fred voltamos para o hotel. Compramos um rocambole confeitado como um gatinho e comemos aqui. Estava macio e úmido e não muito doce, pão-de-ló de chocolate, recheio de creme e cobertura de um ganache molinho de chocolate, todo trabalhado no bico de confeitar.
Este hotel é bonito por fora, mas o nosso quarto não é muito bom. A vista é o fundo dos prédios da rua e ouvimos o trem passar a noite toda. O banheiro é ainda menor do que o de Beppu - ou entra a pessoa, ou entra o sabonete, mas a banheira é bem funda, vai acima do meu joelho. pena que é bem estreitinha.

 tudo é extremamente organizado e limpo. hordas e hordas de turistas - e nem um papelzinho no chão. é de emocionar uma pessoa.
comprei sais de banho no Myoban Yumosato - eles são extraídos de maneira artesanal desde a época meiji (século 18-19) e tomei banho com eles. dizem que são medicinais e que as pessoas da região tem melhor saúde e menos rugas que os outros. um bom caso de marketing :)
Nesse mesmo local eles cozinham milho e bolinhos de arroz no vapor das águas termais. Os bolinhos de arroz estão enrolados em alguma folha, parece folha de bananeira. Lembram uma pamonha triangular, ou o bolo de puba  que é assado em folha de bananeira no sertão de Pernambuco.

9.4.12

9 de abril - Nagasaki, Kumamoto, Beppu

Saímos de ônibus de Nagasaki em direção ao porto Taíra, onde pegamos o ferry boat com destino à ilha de Kumamoto. subimos para o deck do ferry boat, onde as gaivotas começaram a nos seguir - tem uma lojinha lá dentro que vende um pãozinho para alimentar as gaivotas, muito barato, só 100 yens (uma água mineral, 500 ml, sai a 120 yens, dependendo do lugar onde está a vending machine)
Menino, as gaivotas endoidam com o pãozinho! comprei um e elas vieram voando pegar na minha mão, uma gritaria danada, mais de 50 gaivotas voando, planando, gritando umas com as outras e bicando o pão - e os dedos - das pessoas. Fred fez um filme, assim que der eu subo pro youtube.
Um frio miserável agravado pelo vento forte; havia uma vending machine que servia comida quente - comprei uma batata frita que não estava essas coisas todas, mas estava quente e salgada. entramos para comer no restaurante (bem, não é restaurante, mas são mesas e assentos estilo dining anos 50). A viagem, de pouco mais de uma hora, passou ligeirinho.
Pegamos a estrada novamente com destino a Kumamoto e ao castelo de Kumamoto, que é uma réplica do castelo do século XVI - o original foi destruído na guerra, só sobrando uma torre de vigia. Mesmo sendo réplica, é imponente e majestoso e ninguém diz que foi refeito. As cerejeiras estão em flor, mas já estão caindo as pétalas, como na abertura do desenho Sakura Card  Captors. Subi os cinco andares de escada para ter a visão lá do alto, que vai até aonde a vista alcança. O castelo tem várias muralhas  e fossos, e o daimiyo que o construiu sabia muito bem o que estava fazendo. há seteiras no castelo e locais de onde despejavam óleo fervente nos inimigos. De tanto andar, subir e descer, as minhas pernas começaram a tremer e eu precisei sentar, descansar e beber bastante água para melhorar. Mas valeu a pena! o local estava cheio de turistas, ocidentais e japoneses. muitos velhinhos em cadeiras de roda...
Saímos por volta de meio dia, fomos almoçar na estação de trem, comemos um delicioso tempura - se eu pudesse, tempura seria meu café, almoço e jantar - e continuamos, de ônibus, no caminho de Beppu.
Paramos em um museu de beira de estrada, com aparência muito simples e nenhuma cara de museu. Já estava achando uma perda de tempo quando percebi a imensa coleção de carros, motos, pôsteres, brinquedos, móveis, vitrais, enfim, todo tipo de traquitana que o museu abriga. É uma coleção particular e abrange o período Showa (1926 a 1989), com direito a topo gigio, super homem e até a carenagem de um avião do tempo da guerra e um carro de corrida que tem uma foto do Piquet ao lado - como não há nenhuma identificação e o carro está todo pintado de branco, não sei qual a relação dos dois. No primeiro andar do museu há carruagens com esculturas de cavalo no tamanho natural, um carro preto com bandeira nazista, motos com sidecar duplo, um enorme ganesha esculpido em madeira... uma verdadeira profusão de relíquias que não têm uma organização muito clara, mas que é muito interessante.
Chegamos finalmente a Beppu, cidade que tem mar, montanha e floresta, além de fontes termais conhecidas em todo o Japão. Por toda a cidade se vê fumacinha saindo da terra - parece uma fogueirinha, mas não é. É vapor e, felizmente, sem cheiro nenhum.
Fui com o grupo e a guia Tomoko-san ao shopping perto do hotel, onde comprei uma pizza para fred enquanto o grupo jantava em um restaurante próximo. Só que dessa vez não houve como comprar sem falar japonês, e paguei o maior mico da minha vida: me servi de pizza no buffet, chamei a garçonete e pedi "to go". Ela não entendeu, sorriu e chamou outra garçonete, que também não entendeu, sorriu e chamou um cozinheiro, que também não entendeu, sorriu e chamou o chef. Tentei fazer mímicas, eles tentaram me responder, todos sorrimos muito, envergonhados, pedindo desculpas uns aos outros. Eu já tinha comprado a pizza e precisava pagar, mas não ia comer lá. Por fim, não tinha como fazerem para viagem e nem consegui que me dessem guardanapo. Peguei a pizza, coloquei direto na sacola de plástico de uma compra anterior, paguei e saí, sorrindo e me desculpando por não falar japonês. Encontrei o grupo e a guia ficou mortificada por eu ter passado por isso tudo, mas eu a acalmei. no shopping há um supermercado e nós compramos uns obentôs vazios para trazer comida - assim, eu não passaria de novo por esse problema. Fomos para o terceiro andar e eu comprei guioza para o jantar, e lá, finalmente, nos serviram para viagem - com a guia fazendo o pedido, obviamente - e o atendente, muito gentil, cedeu uma quentinha para a minha pizza.
Voltamos para o hotel, jantamos a pizza e o guiosa e fim da história.

8 de abril - Okayama e Nagasaki

Saímos super cedo do hotel - o despertador tocou cinco e meia da manhã! como a guia disse, "ônibus espera, trem-bala não espera". A estação de Okayama fica em frente do hotel, foi só cruzar pela passarela e pegar o trem-bala para Nagasaki. Esse trem-bala era mais novo, com poltronas mais confortáveis do que o do avião da Air Canada que nos trouxe ao japão. 3 horas de trem-bala, chegamos a Hakata, onde trocamos de trem para Nagasaki. Esse era um trem normal e bem pobrinho, viemos com o sol forte e o ar condicionado simplesmente não deu conta. Passamos por diversas cidades pequenas, mais pobres, com algumas pichações e prédios abandonados. Também vimos muitos campos ainda sem plantio, e estufas de morango. Enfim, depois  de duas horas (isso, já estávamos viajando há cinco horas), chegamos a Nagasaki.
Antes de cair a bomba, Nagasaki era conhecida por ter sido o primeiro porto de entrada de estrangeiros no Japão - os primeiros ocidentais a chegarem aqui foram portugueses, vítimas de um naufrágio, no século XVI. Depois vieram mais europeus, trazendo padres jesuítas que difundiram o cristianismo na cidade. O xógun não gostou, mandou fechar os portos, confinou os europeus em um gueto - muito bonito, de casas grandes no estilo ocidental, mas ainda assim um gueto - e proibiu o cristianismo no Japão. Muita gente morreu e muitos cristãos passaram a se esconder, chegando a ter uma imagem de Maria no estilo oriental, chamada de Maria Canon - mais ou menos como chamar Yemanjá de Nossa Senhora, um sincretismo oriental. Há muitas lojas e comidas com influência portuguesa, como um bolo, estilo pão-de-ló, chamado Castela, e há estátuas de holandeses também, no estilo de Maurício de Nassau.
Em Nagasaki subimos uma ladeira maior do que as de Olinda, extremamente íngreme, para conhecer uma igreja católica Oura, que foi visitada pelo papa João Paulo II. Apesar de estar aberta e ser domingo de páscoa, não havia padre e nem celebração - de toda a população do país, só um por cento é de católicos, o que prova que a proibição do Xógun surtiu efeito. A igreja, em si, é praticamente igual a todas as igrejas do Brasil, não é muito grande e nem luxuosa. O que eu gostei foi do museu do lado, com a imagem de Maria Canon. Bem perto da igreja fica a Mansão Glover, casarão de um escocês, o lorde Glover, que morou no Japão no século XVIII e se apaixonou pelo país e pela japonesa Tsuru. É um casarão de três andares, com varandão, estilo ocidental - com um certo ar português. Os jardins são muito lindos e têm uma vista privilegiada da baía  e do porto de Nagasaki. A casa foi cenário da ópera Madame Butterfly, e tem uma estátua da cantora japonesa que interpretava esse papel e de Puccini, o autor da ópera.
Saindo da Mansão, passamos pela praça que é o epicentro da bomba atômica; está cercada por cerejeiras e muitos monumentos. Vimos alguns destroços que foram preservados da época da guerra, seguimos para a praça da paz, onde estão estátuas enviadas por diversos países como um pedido de paz mundial; a mais bonita, na minha opinião, é a de uma mulher em pé, encostada em um rochedo, olhando para três pombas. A do Brasil também está lá, é o contorno do mapa com uma inscrição em japonês e um pombo pousado mais ou menos no alto do Maranhão. Por uma imensa coincidência, foi o irmão de uma das participantes da excursão que fez a escultura; é uma senhora muito velhinha que todos chamamos de obachan, "vovó".
´Lá também há uma fonte de água potável, sempre em movimento, como uma oferenda ao mortos da guerra - em uma pedra, está gravado o trecho de um diário de uma menina que sobreviveu à bomba, mas, com muita sede, bebeu água contaminada e morreu. então, a fonte é uma oferenda às almas dos que tiveram sede, e há, em outro lugar da praça, um local onde visitantes deixam garrafas de água mineral em intenção delas.
Deixamos a praça com o coração triste, e a guia nos levou para uma lojaa de pérolas. é uma loja chinesa, com muito dourado, vermelho e muita coisa espantosamente brega, como porquinhos, coelhos, dragões e até um manekineko cobertos de pérolas cultivadas. desnecessário dizer que são caríssimos.
Nessa loja há desde as pérolas cultivadas até as pérolas verdadeiras, que chegam a custar mais de 30 mil reais o colar. O legal é que há a possibilidade de escolher uma ostra, abrir e, se tiver pérola, mandar incrustar em pingente para colar, anel ou chaveiro. Claro que eu fui abrir uma, e dei sorte! por 500 yens, abri a ostra - se não tivesse pérola, bem, paciência, mas tinha! iei! O ourives colocou na hora num colar, como um pingentinho, foi presente do Fred.
Fomos para o hotel depois de todas essas emoções. Dormi muito mal, acordei 3 e meia da manhã.
novas fotos no flickr!

8.4.12

07 de abril - trem bala!

Saímos de Atami às dez da manhã, pegamos o trem-bala para Okayama. Na estação, compramos obentôs para o almoço (eu e fred comemos onigiris, bolinhos de arroz recheados - ele comeu de carne de porco, eu comi de atum). Somos os únicos 100% ocidentais do grupo, há japoneses (uma obachan e um oji-san, vovó  e vovô) e muitos descendentes. Os obentôs são lindos de se ver, coloridos e variados. hoje eles vêm em caixas de plástico, antigamente eram de madeira laqueada.
o trem bala é rápido, confortável e nem parece correr sobre trilhos. parece um avião sem turbulência. viajamos em um trem mais antigo, dos anos 90, sem wi-fi, mas com tomada para carregar celular ou ligar laptop.
Okayama é muito bonita; assim que chegamos, pegamos o ônibus para ver a ponte Seto Ohashi, um marco da engenharia japonesa. liga cinco ilhas e tem dois níveis: no de baixo, passa o trem, no de cima é a rodovia. e cada trecho da ponte tem seu próprio estilo, e eles são harmoniosos, fica  bem bonito. Paramos num mirante, tiramos fotos, compramos comida - estou viciada no melon bread, um pão doce com crosta açucarada, que lembra um porco-espinho. tinha uma barraquinha vendendo pão fresquinho, que delícia!
de lá pegamos um trânsito infernal para visitar o jardin Korakuen terceiro jardim japonês mais bonito do país, feito por ordem do senhor feudal (daimiyo) Ikeda Tsunamasa, no século XVII, é um jardim imenso, lindíssimo, com lagos, toris, cerejeiras e mais cerejeiras, pinheiros, patinhos, cisnes e tsurus. infelizmente, chegamos às cinco da tarde e o castelo estava fechado para visitação - e o parque fechava às seis! visitamos correndo, no que eu considero um grave erro de logística: era para termos visitado o jardim antes e depois a ponte, pois PONTE NÃO FECHA. e, com o sol já fraco no céu e o vento gelado, a sensação térmica era de temperatura negativa. mesmo com luva, minhas mãos ficaram geladas e o rosto doía de frio. o casacão me esquentou bem, não pensei que ele fosse tão bom :)
enquanto nós, ocidentais, reclamamos do frio, os japoneses faziam o hana-mi, a celebração da floração das cerejeiras: eles abrem grandes plásticos azuis, se sentam perto das árvores, comem, bebem saquê, celebram a vida. a guia disse que há muitos bêbados na época do hana-mi, e que um dos primeiros trabalhos dos recém-formados que começam a trabalhar - os estagiários - é organizar a festa dos colegas de trabalho, estendendo o plástico, servindo saquê, cuidando do fogareiro para assar carnes... e que, enquanto a gente saía às seis do parque, o pessoal ia ficar até dez da noite do lado de fora, nas cerejeiras que margeiam o rio.
chegamos no hotel mais de sete da noite, devido ao trânsito. o hotel foi o mais luxoso até agora, mas o frio estava tão forte que não dava coragem de sair para jantar; compramos macarronada no kombini, eles esquentaram no microondas da loja, comemos no quarto e fomos dormir. a lua cheia estava linda, o janelão do quarto ia do teto ao chão - o que é o normal aqui. prá variar, acordei quatro e meia da manhã.

7.4.12

06 de abril - Tóquio, Monte Fuji, Hakone, Atami

Saímos cedo de Tóquio, com destino ao Monte Fuji. Seguimos pela estrada cheia de flores, cerejeiras, muito verde - e a estrada é extremamente bem cuidada, sem nenhum buraco, remendo no asfalto ou sujeira no acostamento. O ônibus segue rápido e nos aproximamos do Monte, começando a subida. A vegetação mudou radicalmente: as árvores estão secas, sem folhas, como se tivesse acontecido uma grande seca - restos do inverno. Aos poucos, notei uma coisa cinza-clara no chão: NEVE!! neve suja, mas neve. subimos até a quarta estação do monte - são cinco, mas a última, a principal, estava fechada pela neve. A organização  que cuida do monte juntou a neve num canto do estacionamento, e os turistas subiam, tiravam fotos e levavam quedas - os turistas e eu, claro. se eu já caio no seco, que dirá na neve... levei dois escorregões que me renderam um belo hematoma na perna direita. mas não reclamei: conheci a neve! estava frozen, com consistência do gelo que se forma no congelador. mas era neve, estava frio, eu adorei. e o Monte Fuji se mostrou em sua glória e majestade, com o topo coberto de neve, sem nuvens. As guias ficaram impressionadas, disseram que é raro isso acontecer nesta época do ano.
é fácil entender porque os antigos acreditam que o Fuji é uma divindade xintoísta. No meio de um relevo acidentado, ele se ergue sozinho, sem fazer parte de nenhum grupo de montanhas. é emocionante, e as obachans do grupo ficaram muito comovidas. para uma melhor visão do Fuji, fomos para o mirante da cidade de Hakone, que fica na cratera de um vulcão extinto (o fuji é inativo, pode acordar). a cratera é tão grande porque o vulcão era o maior do japão, até que, em sua última erupção, ele quase se desfez por completo; o que parece um vale é sua cratera e a cidade foi fundada dentro dela.
Hakone é conhecida por suas fontes sulfurosas, onde o costume é de se cozinhar ovos de galinha, que ficam com a casca preta por conta dos minerais presentes na água; dizem que se você comer um ovo cozido lá, vive mais um ano; dois ovos, mais sete, e três ovos completam cem anos.
Muito interessante de se dizer, mas fontes sulfurosas = cheiro ruim. o mirante, desculpem a minha indiscrição, cheirava a pum. e olha que o vento forte fazia que o cheiro fosse fraco. fred disse que nas viagens que ele fez, o lugar fedia horrivelmente.
e, do mirante de Atami, pudemos ver o fuji em imagens de cartão postal. impressionate.
Depois de passar muito frio lá e tirar muitas fotos do fuji (e fazer compras nas lojinhas, especializadas em marchetaria, o artesanato da cidade),  pegamos a estrada rumo a Atami, cidade litorânea muito famosa pelo turismo.
Não há palavras para descrever o quanto Atami é linda, na beira do oceano pacífico; não há praias, e sim pedras. o hotel fica na encosta de um penhasco:  a recepção é no décimo sétimo andar e os quartos vão descendo - ficamos no décimo andar, com vista para uma pedra no meio do mar- pedra que pedia uma sereia cantando, de tão linda que era. um pouco à direita, uma gruta no meio da montanha, parecia cenário de filme - este hotel é muito procurado para casamentos.
à noite, tivemos um banquete típico e tradicional. recebemos yukatas para vestir, sentamos no chão e foram uns dez ou doze pratos. provei quase tudo, mas dispensei um caramujo gigante e outra coisa que agora não me lembro. brindamos com saquê de ameixa, doce, licoroso e perfumado. fomos dormir de barriga cheia e muito felizes.

acordei quatro e tanta da manhã, vi o dia nascer, barcos saírem para pescar, pássaros voando. às sete, descemos para passear pelo hotel e descemos até quase o nível do mar (não seguimos mais porque ali estavam os banhos termais coletivos (mulheres de um lado, homens do outro, claro) e só é permitido o acesso para quem vai se banhar. preferimos tomar banho termal no nosso ofurô dentro do quarto - o hotel é um ryokan, hotel tradicional japonês; dormimos em tatames cobertos por lindos edredons com flores de cerejeira. a lua cheia nasceu na frente da nossa janela. dava vontade de se beliscar para acreditar que era verdade.

ao sairmos do hotel, os funcionários da recepção se alinharam no caminho do ônibus e nos reverenciaram, agradecendo a nossa presença. uau. japão, eu te amo.

5.4.12

primeiras fotos

tão aqui! flickr

hoje fomos na torre de tóquio, mas foi tão, tão rápido que nem deu para curtir. a guia hiromi-san é muito apressada, ao contrário da guia brasileira, tomoko-san, que deixa ver tudo com calma. de lá fomos aos jardins do palácio imperial (só aos jardins; o palácio só abre 2 dias no ano: no aniversário do Imperador e no ano novo). não é bem o que eu esperava de um jardim (a idéia é jardim ocidental X jardim oriental) e não diria que é um passeio imperdível. Depois fomos ao templo Asakusa Canon, tirei a sorte e quebrei a cara, bad fortune total, a deusa não gostou de mim. No  entorno do templo, mil e uma lojinhas de badulaques e comida. Lugar de belas fotos, comida cheirosa e contrastes: na mesma foto sai a nova torre de tóquio, a sky tree, com seiscentos e tantos metros de altura, e o templo budista. e tava duro de gente, claro.
de tarde, almoçamos em akihabara, mas não compramos nada por lá. já não é vantajoso como há alguns anos. e, sinceramente, eu não sou geek de eletrônicos. o cansaço bateu, pegamos um táxi e voltamos pro hotel.amanhã tem monte fuji, vamos torcer pro tempo abrir: tem feito sol com vento gelado, e é muito ruim para o corpo: onde tem sol, tá quente. onde não tem, tá friiiio de arrepiar.
o cansaço bateu, vou papar as comidinhas que compramos no seven-eleven - aqui tem m&m de coco, muito estranho.

4.4.12

dia nascendo em tóquio

quianças, chegamos bem, a viagem toronto-tóquio foi boa, o avião era grande (boeing 777) e muito confortável. o aeroporto de tóqui é, marromeno, do tamanho de uma cidade do interior. passamos por um scan de temperatura e uma câmera q tirou nossas fotos, pisamos num tapete de desinfecção das solas de sapato e, enfim, pela imigração. no canadá, foi um guarda grisalho e tatuado que nos recebeu - e aprovou. em tóquio, um moço na casa dos 25-30 anos, que usava máscara cirúrgica, talvez por lidar com gente do mundo todo. todos foram gentis e eficientes. os jovens japoneses não se vestem, se produzem, vi muitos gorros também. o dia tá nascendo, acordei quase cinco da manhã e perdi o sono.

vai fazer um lindo dia de sol, com temperatura entre 8 graus e, no momento mais quente, 12 a 16 graus. meu casacão comprado na marisa aguentou bem os quatro graus mais vento frio na beira do  lago ontário, em toronto. gostei muito de toronto! linda, limpa, em franco desenvolvimento, prédios imensíssimos subindo, todos muito bonitos. fred disse que é investimento chinês. passamos por um mercado municipal e eu vi os maiores morangos ever, me arrependo agora de nã ter comprado. nosso guia lá era mexicano, Afonso, e morou no rio um tempo. os habitantes de toronto - estivemos só no centro da cidade - já saem do metrô chiques e encasacados. e quase todos carregam um copo de café da starbucks. quase não tem gente na rua pq há muita passagem subterrãnea. também vi gaivotas que gritavam muito na beira do lago.

o vôo sp-toronto foi punk, o avião era apertado, e viemos cercados por criancinhas choronas e bebês chorões. na frente, do lado e atrás da gente - principalmente atrás, pq uma criança chutou minha cadeira o tempo quase todo. não bom. não bom mesmo.

o vôo toronto-tóquio, por sua vez, foi muito bom e o cansaço me fez dormir e até sonhar. as aeromoças da air canadá são gente, não são modelos - há senhoras no serviço de bordo, e eu gostei bastante.

aqui, o que eu posso dizer é que o hotel está iluminado como se fosse natal, é grande, muito grande. o quarto é pequeno, com camas separadas, e um janelão que vai quase do teto ao chão. o banheiro é uma unidade inteira, feita em um tipo de plástico, fica um degrau acima do nível do quarto (fred disse q o encanamento passa por baixo). tomei um banho de banheira muito bom e, sim, o aparelho sanitário é daqueles que a gente sempre ouviu falar, com mil euma funções - e o assento é aquecido :)

bom, seis da manhã; daqui a pouco vão nos chamar para o café da manhã; hoje tem passeio à praça do palácio imperial, ao templo asakusa kannon, à torre de tóquio e aos bairros de akihabara (eletrônicos) e shibuya.

já falamos com o brasil, avisamos que chegamos bem. e é isso. depois eu volto para contar mais, vou tomar banho pq o dia vai ser longo. ohayo gozaimasu! bom dia!

2.4.12

Ainda em Guarulhos

Já já vamos fechar a conta, passar a régua e ir pro aeroporto. Meu estômago faz nhóin. Separei a roupa da viagem. Coloquei luva e máscara para dormir na bolsa. fiz dois sandubas com o resto do café da manhã. Apareceu uma espinhona no meu rosto e a minha maquiagem está na mala já vedada, só tenho um batonzinho e, sinceramente, ele não vai adiantar de nada. Ansiosa prá dedéu. Vou tomar banho e passar um tempo embaixo da água quente, talvez funcione. Saudade dos gatinhos. Doida para chegar no Japão.

Indo para Toronto

São nove da manhã, uma segunda nublada em Guarulhos. Acabei de pedir o café da manhã no quarto, que é uma das vantagens de se estar em hotel :)
O vôo sai às 8 da noite, então chegaremos ao aeroporto às 4 da tarde. Até lá, descansar e tentar dormir o máximo possível, pois as duas próximas noites serão no avião. Já estou com saudades dos gatinhos, e pensando muito em Lara, que dorme encostadinha de mim. Sonhei que Jean-Luc tinha entrado na bagagem do Fred e estava aqui no hotel. Muita confusão com essa turminha da pesada.
Acho que o próximo post será escrito lá no Canadá.

1.4.12

Em Guarulhos

Acordamos 5 da manhã, o vôo saía às 7:40. Chegamos pouco depois das 6, o dia ainda nascendo. O aeroporto tava duro de gente; fui prá fila do check-in (imeeeensa) enquanto o Fred ia prá fila do Protect Bag. Minha vez chegou, ele ainda tava lá. Passou meio mundo de gente, já eram 7 horas e eu morrendo de medo da gente perder o horário. Pois sim. Não só deu tempo do check-in, como a gente só levantou vôo às 8 e meia. e o avião estava lotado, Fred e eu sentamos separados. Pelo quee eu pude ver, não tinha uma só poltrona vazia. Bom, saímos do aeroporto aqui em Guarulhos às 10 e pouca. Esperamos a van do hotel e encontramos,  no caminho, uma bicicleata - com 3 mil ciclistas, segundo o carro de som. E eu só com um iogurte e um copo de água no bucho, porque a Tam não oferece nem aqulas barrinhas vagabundas de cereal.
O hotel é bom, tem internet (claro, né?) e eu sei que tempero de comida é fome, mas almocei o melhor filé a parmegiana em muito tempo, hahaha :)
Dormimos tudo que Deus deu - amanhã começa a aventura :)