Saímos de Atami às dez da manhã, pegamos o trem-bala para Okayama. Na estação, compramos obentôs para o almoço (eu e fred comemos onigiris, bolinhos de arroz recheados - ele comeu de carne de porco, eu comi de atum). Somos os únicos 100% ocidentais do grupo, há japoneses (uma obachan e um oji-san, vovó e vovô) e muitos descendentes. Os obentôs são lindos de se ver, coloridos e variados. hoje eles vêm em caixas de plástico, antigamente eram de madeira laqueada.
o trem bala é rápido, confortável e nem parece correr sobre trilhos. parece um avião sem turbulência. viajamos em um trem mais antigo, dos anos 90, sem wi-fi, mas com tomada para carregar celular ou ligar laptop.
Okayama é muito bonita; assim que chegamos, pegamos o ônibus para ver a ponte Seto Ohashi, um marco da engenharia japonesa. liga cinco ilhas e tem dois níveis: no de baixo, passa o trem, no de cima é a rodovia. e cada trecho da ponte tem seu próprio estilo, e eles são harmoniosos, fica bem bonito. Paramos num mirante, tiramos fotos, compramos comida - estou viciada no melon bread, um pão doce com crosta açucarada, que lembra um porco-espinho. tinha uma barraquinha vendendo pão fresquinho, que delícia!
de lá pegamos um trânsito infernal para visitar o jardin Korakuen terceiro jardim japonês mais bonito do país, feito por ordem do senhor feudal (daimiyo) Ikeda Tsunamasa, no século XVII, é um jardim imenso, lindíssimo, com lagos, toris, cerejeiras e mais cerejeiras, pinheiros, patinhos, cisnes e tsurus. infelizmente, chegamos às cinco da tarde e o castelo estava fechado para visitação - e o parque fechava às seis! visitamos correndo, no que eu considero um grave erro de logística: era para termos visitado o jardim antes e depois a ponte, pois PONTE NÃO FECHA. e, com o sol já fraco no céu e o vento gelado, a sensação térmica era de temperatura negativa. mesmo com luva, minhas mãos ficaram geladas e o rosto doía de frio. o casacão me esquentou bem, não pensei que ele fosse tão bom :)
enquanto nós, ocidentais, reclamamos do frio, os japoneses faziam o hana-mi, a celebração da floração das cerejeiras: eles abrem grandes plásticos azuis, se sentam perto das árvores, comem, bebem saquê, celebram a vida. a guia disse que há muitos bêbados na época do hana-mi, e que um dos primeiros trabalhos dos recém-formados que começam a trabalhar - os estagiários - é organizar a festa dos colegas de trabalho, estendendo o plástico, servindo saquê, cuidando do fogareiro para assar carnes... e que, enquanto a gente saía às seis do parque, o pessoal ia ficar até dez da noite do lado de fora, nas cerejeiras que margeiam o rio.
chegamos no hotel mais de sete da noite, devido ao trânsito. o hotel foi o mais luxoso até agora, mas o frio estava tão forte que não dava coragem de sair para jantar; compramos macarronada no kombini, eles esquentaram no microondas da loja, comemos no quarto e fomos dormir. a lua cheia estava linda, o janelão do quarto ia do teto ao chão - o que é o normal aqui. prá variar, acordei quatro e meia da manhã.
Eu acho tão engraçado os japoneses batendo maior bento dentro dos trens! aquele cheirão de comida, hehe.
ReplyDeleteE as menininhas de micro saias no frio de zero graus?? como conseguem?! X_x
Quantos graus taí Telinha?